terça-feira, 18 de maio de 2010

Uma crónica tendenciosa




Frei Agostinho de Santa Maria escreveu no seu “Sanctuario Mariano” acerca do Castelo de Paderne:
Querem alguns que este castello seja obra e edificação dos mouros. Mas eu mais me inclino o mandaria edificar o Mestre da ordem de S. Thiago, Dom Paio Peres Corrêa, porque os mouros não fizeram cousa que merecesse nome”.

Ataíde Oliveira na sua Monografia de Paderne discorda e clarifica a sua posição em relação aos mouros:
Erradamente escreve o frade Agostiniano dos mouros, pois desconheceu a sua historia(…) fundaram em Silves escola de onde saíram sábios eminentes; distinguiram-se na guerra como claramente se conclue da historia do Crusado , na tomada do castello de Silves, no tempo de D.Sancho I, e não despresaram as sciencias, antes deram-lhes grande desenvolvimento.
Fr. Agostinho, como outros nossos chronistas, foi victima de sua má vontade contra os mouros, pelo ódio da raça e das crenças. Esta é a verdade. Se pois, o castello de Paderne se entregou aos christãos, quando ainda não era nascido Dom Paio, como o poderia elle ter fundado?”


Em 1189 após a tomada de Silves um cruzado relatou o seguinte:
Estes são os castellos de que os christãos se apoderaram depois da tomada de Silves : Carphanabal, Lagus, Alvôr, Porcimunt, Munchite,Muntagut, Caboiere, Mussiene, Paderne”.


Segundo Ataíde Oliveira o castelo tem fundação pré-romana, dos tempos proto-históricos, ou talvez pré-históricos.


Frei Agostinho de Santa Maria(ou Manuel Gomes Freire), era filho de António Pereira e Catarina Gomes é natural de Estremoz, onde nasceu a 28 de Agosto de 1642. Professou a Regra dos Agostinhos Descalços a 18 de Dezembro de 1664, tendo exercido na Ordem vários cargos.Compôs diversas obras e traduziu outras do latim, espanhol e italiano. A sua obra mais notável é o Santuário Mariano onde recolheu todas as tradições referentes ao culto de Nossa Senhora nos diversos templos nacionais e da diáspora.Faleceu em Lisboa a 2 de Abril de 1728

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