terça-feira, 7 de abril de 2020

Ribat do Alto da Vigia








Em 2008 durante as escavações de um sancturario Romano dedicado ao sol e à lua trouxeram à luz do dia vestígios de um importante ribat ( convento Islâmico) na foz da ribeira de Colares.
Essas escavações revelaram ainda a existência de inscrições, assim como aras ( monumentos votivos em forma de altar) com inscrições em latim e em grego que testemunham a existência de um local com um importante sanctuario Romano tal como ja tinha sido referido no século XVI por Valentim Fernandes e Francisco d´Hollanda.
Este foi o segundo ribat a ser descoberto em território nacional e é semelhante àquele que foi intervencionado em Aljezur, na Pinta da Atalaia.
Este ribat teve ocupação desde o século VIII ate ao século XII e era composto por varias construções em que uma delas tinha um mirhab, nicho que indica a direcção de Mecca e com a quibla a sudeste, tratando-se assim de uma pequena mesquita que em tudo era semelhante aos oratórios dos eremitas Cristãos.




Foram escavados vários silos estando um deles na sala do mirhab, o resto dos silos encontram-se a nascente e constituem um conjunto de tres que foram abertos no substrato e estão enquadrados em contexto Islâmico e são mais antigos que a necrópole mas mais recentes que as restantes construções.
Na sua sua construção foram utilizadas lapides Romanas assim como outros materiais em pedra, hoje em dia no lugar dessas lapides foram colocadas replicas que estão pintadas de cor de rosa.
A presença de materiais de utilização quotidiana, tais como cerâmicas e objectos de uso comum é bastante residual no que refere á ocupação Islâmica.




A cronologia desses materiais aponta para o século XII que assinalam provavelmente a fase final da sua ocupação. Foram ainda encontrados restos de conchas e vestígios de fogueiras indicando assim o aproveitamento dos recursos marinhos disponíveis.
As construções do período Islâmico estão bastante destruídas devido á reutilização dos elementos petreos noutras construções de data mais recente. Em algumas partes das escavações são ainda visíveis os negativos conservados na argamassa dos alicerces onde assentavam assim como pedras mais pequenas utilizadas como cunha dentro das valas das fundações, sendo provável o aproveitamento daqueles materiais na construção da torre de facho do seculo XVI.
Para alem das construções foi ainda revelada uma necrópole com varias sepulturas sem qualquer tipo de vestígios no seu interior e que podem estar associadas á fase de ocupação Islâmica.










museuarqueologicodeodrinhas.cm-sintra.pt
patrimoniocultural.gov.pt

Fotos - José Alberto Ribeiro

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